Consumo de mata nativa pela siderurgia impacta biomas
Pantanal, Amazônia, Caatinga e Cerrado fornecem biomassa para diferentes pólos siderúrgicos. Alternativas ao desmatamento, monocultura de eucalipto e utilização de gás natural também geram dúvidas e questionamentos
Por André Campos*
Símbolos da industrialização, o ferro e o aço avançam pelo século 21 como um dos pilares da economia brasileira. Apesar da crise internacional, produtos feitos a partir desses metais corresponderam a cerca de 6% das exportações no primeiro trimestre de 2009. O número nem de longe resume o peso do setor na vida nacional, dada sua importância para viabilizar muitas outras indústrias, como, por exemplo, as de materiais de transporte, bens de capital e equipamentos elétricos. Apenas estas, se somadas, equivalem a mais de 20% das vendas externas do país no anon passado.A relevância da siderurgia no Brasil, contudo, também conta com capítulos menos nobres, que remetem a impactos socioambientais menos divulgados. Um deles está relacionado a uma matéria-prima essencial ao setor que nem sequer é conhecida por boa parte da população: o carvão vegetal.
Produção de carvão: são frequentes as denúncias de trabalho escravo (Foto: Carlos Juliano Barros) |
Esse insumo exerce dupla função nas fábricas. Como combustível, aquece os altos-fornos das siderúrgicas onde o minério de ferro é fundido. Além disso, durante a fusão, é um dos reagentes no processo que extrai o metal (Fe) do minério (Fe2O3). O ferro-gusa, produto final desse beneficiamento, é a principal matéria-prima para a fabricação do aço.
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