sábado, 20 de fevereiro de 2010


Informalidade eleva acidentes de trabalho na construção civil


Data: 19/02/2010 / Fonte: Jornal da Manhã

Foto: Arquivo Proteção


Uberaba/MG - A falta de preparo dos profissionais da construção civil continua sendo o principal problema da classe, afirma José Lacerda Sobrinho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil e do Mobiliário de Uberaba, que esteve ontem no programa Linha Aberta, da Rádio JM. "Há um aumento substancial de informalidade no segmento. Ou seja, um grande número de empreiteiros de última hora. A verdade é essa", afirma Sobrinho, lembrando que tamanha informalidade tem gerado consequências sérias. "Temos visualizado um índice muito grande de acidentes, bem como um crescente número de obras mal-acabadas. Tudo isso é reflexo dessa falta de preparo dos profissionais", completa.


Para o líder sindical, o sindicato patronal da categoria perde boas oportunidades de dialogar sobre o tema. Buscar e dar o mínimo de informação e qualificação aos profissionais da área é uma imprescindível, diz ele. "Essa qualificação não deve ser apenas para os jovens, como já tentaram no último ano, para aqueles com idade entre 18 e 21 anos. Dessa forma, não se atinge todos os objetivos, já que a grande massa do segmento está na faixa etária entre 30 e 45 anos. Não podemos deixá-los de fora. Pelo contrário, temos que buscá-los, uma vez que pesquisas mostram que é a faixa etária com maior índice de produtividade", reforça.


O engenheiro Nagib Facure, presidente do Sinduscon, reforça a afirmação do sindicalista José Lacerda Sobrinho quanto ao aumento dos acidentes de trabalho em Uberaba na área da construção civil, mas faz ressalvas. "O fenômeno não está nos canteiros das empresas legalmente constituídas, mas na informalidade. Irregularidade que, segundo o Instituto de Engenharia e Arquitetura, está presente em 80% das construções no município", explica, admitindo a existência de acidentes e outras anormalidades em empresas uberabenses.


Mas, não os considera em números alarmantes. "O mesmo não se pode dizer em relação às empresas importadas, que aqui aportam, sobretudo, em obras oficiais, como as construções dos prédios de compensação da Ferrovia Centro-Atlântica, o trevo da Filomena Cartafina e os melhoramentos do aeroporto. "As três empresas vencedoras das concorrências não concluíram as obras e bateram em retirada, devendo trabalhadores e fornecedores", conclui.

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