sábado, 12 de dezembro de 2009











Caminhões caros, sujos e vazios

Um levantamento do governo de São Paulo revela que quase metade dos caminhões trafega sem carga pelas estradas do estado. Ou seja, entopem rodovias e despejam dióxido de carbono na atmosfera inutilmente

Roberta Paduan Revista Exame – 12/12/2009

A notícia é péssima e revela algumas das piores fragilidades do país. Uma delas é o desnível econômico entre os estados. Boa parte dos caminhões sai carregada de São Paulo - o estado mais industrializado do país -, mas não encontra produtos para carregar na volta. Às vésperas da conferência de Copenhague - que deve definir como os países atuarão para conter as emissões de CO2 -, a notícia de que caminhões viajam vazios é particularmente ruim. O transporte rodoviário gera seis vezes mais emissões e custa mais que o dobro do hidroviário. O irônico é que o governo ignora o próprio governo. Pelo Plano Nacional de Logística de Transportes, do Ministério dos Transportes, a movimentação de cargas por hidrovias e cabotagem deveria passar de 13% para 29% do total transportado até 2025. A mudança diminuiria em 38% as emissões do setor de transportes. No entanto, menos de 6% dos recursos do Plano de Aceleração do Crescimento serão destinados a portos e hidrovias. No ano passado, a União investiu menos de 11 bilhões de reais em todas as áreas de infraestrutura. Já os aumentos concedidos ao funcionalismo custarão 21 bilhões de reais a mais neste ano.

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