Deputados não acreditam no uso controlado do amianto
Data: 04/05/2010 / Fonte: Revista Proteção
O "Dossiê Amianto" foi finalizado e apresentado à Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. O relatório, produzido pelo Grupo de Trabalho do Amianto, defende o banimento da substância no País. A votação devia ocorrer em abril, o que não havia acontecido até o fechamento desta edição. "O Brasil não pode permitir que circule no seu território um produto sabidamente cancerígeno e sem condições de uso controlado", diz o relator do GT, deputado Edson Duarte (PV-BA).
O documento está disponível no site da Câmara dos Deputados (www.camara.gov.br), em Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Grupos de Trabalho. São 650 páginas, que reúnem materiais construídos a partir de entrevistas com empresários, trabalhadores, ex-trabalhadores, especialistas, médicos e engenheiros, ONGs, sindicatos, técnicos do setor privado e do Governo. O GT visitou a mina ainda em operação no Brasil, em Minaçu/GO, e todas as já desativadas. Também esteve em empresas que utilizam amianto e naquelas que não utilizam. São indústrias de telhas, caixas dÂ’água e produtoras de cloro-soda. No total, foi um ano e meio de trabalho.
A OIT (Organização Internacional do Trabalho) estima que 100 mil pessoas morram por ano, vítimas de doenças causadas pelo amianto. A substância já foi proibida no Japão, na Europa e em alguns países da América do Sul, como Argentina, Chile e Uruguai.
No Brasil, a Fiocruz tem vários estudos sobre a exposição ao amianto. Em um deles, foram acompanhados mais de 500 trabalhadores, dos quais entre 10 a 15% tiveram diagnóstico de asbestose. O Cesteh (Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana), da Fiocruz, também publicou trabalho mostrando que mais de 2.400 pessoas no Brasil, de 1980 a 2003, morreram em decorrência do mesotelioma. Trata-se de um câncer causado pela exposição ao amianto que atinge a pleura, espécie de camada de revestimento do pulmão. Foram 50 óbitos em 1980, contra 179 em 2003.
Confira na íntegra na Edição 221 da Revista Proteção.
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