terça-feira, 26 de janeiro de 2010


Trabalho em altura para quem tem mais de 100 quilos





Data: 25/01/2010 / Fonte: Revista Proteção





Um trabalhador com mais de 100 ­quilos pode exercer o traba­lho em altura? O cin­turão de segurança e outros acessórios suportam o peso desta pessoa? O que fazer para avaliar se a atividade pode ser rea­lizada de maneira segura? Muitas destas dúvidas têm sido levantadas no setor de saúde e segurança. Diante delas, quais seriam as opções corretas?


A NBR 11.370 aborda a fabricação de cinturão de segurança e talabartes e espe­cifica um ensaio dinâmico com um manequim de 100 quilos, mas não se trata de u­ma norma sobre o uso do equipamento.


"As pessoas veem a norma e, por se usar este manequim, têm a ideia de que ninguém com mais de 100 quilos de massa po­de trabalhar em altura. É bom esclarecer que essa NBR não é uma norma de pro­cedimentos de trabalho. E sim u­ma norma técnica que fundamenta a confecção de cinturões e tala­bartes de se­gurança com ensaios que servem como pa­râme­tros para a sua aprovação. Em nenhum momento a norma men­ciona que não se deva usar ou que se deva u­­sar", explica o coordenador da Comissão de Estudos de Cinturões de Segurança do CB 32 da ABNT e do Grupo Se­torial de Trabalho em Altura da Ani­ma­seg, João Fábio Gioria.


Responsabilidade


A avaliação para que uma pessoa com mais de 100 quilos exerça o trabalho em al­tura depende de outros fatores. "Se essa pessoa possui destreza suficiente, mobilidade, ou seja, é uma pessoa ágil, não vejo problema para que ela trabalhe em altura. Claro que uma avaliação das condições do local de trabalho deverá ser realizada. Sobre os EPIs suportarem uma massa maior que 100 qui­los, isso dependerá mui­to da altura onde esse trabalho for executado. A respeito dos cuidados, devem-se utilizar os equipamentos adequados, po­rém, se o trabalhador for executar esses trabalhos deverá haver um responsável para dar essa autorização", acredita o Chefe do Serviço de Equipamento de Segurança da Funda­cen­tro, Vladimir Vieira. "O EPI deve aguentar pelo menos 1.500 quilos de tração em suas fitas costuradas, mes­­mo sabendo que o ser humano suporta em média 1.200 quilos de impacto dis­tribuí­do pelo corpo", completa Marcel­lo Vazzo­ler, diretor da Vertical Pró.


Para a consultora técnica da Serelepe, Jussara Nery, cada fabricante deve garantir que seus equipamentos suportem uma carga maior que 100 quilos, utilizando matéria-prima de qualidade e produzindo dentro dos padrões de segurança. A­lém disso, a segurança do trabalhador en­volve todo o conjunto de e­quipamentos, o que abrange, por exemplo, pontos de an­coragem e estrutura para suportar o impacto da queda, a corda, os conectores.


"É fundamental ter treinamento das técnicas seguras de trabalho em altura e conhecimento sobre os riscos. A­lém disso, deve ha­ver um suporte de engenharia para avaliação dos pontos de ancoragem e estrutura na qual o trabalha­dor está a­poia­do. Não adianta um EPI seguro se os pontos de ancoragem não são a­valiados para suportar as cargas resultantes de um impacto de queda ou se a estrutura não está bem con­servada", avalia Jussara. Ela ainda ressalta a importância das técnicas e equipamentos pa­ra minimi­za­rem o impacto como é o caso dos absorve­do­­res de e­nergia.

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