Trabalho em altura para quem tem mais de 100 quilos
Data: 25/01/2010 / Fonte: Revista Proteção
Um trabalhador com mais de 100 quilos pode exercer o trabalho em altura? O cinturão de segurança e outros acessórios suportam o peso desta pessoa? O que fazer para avaliar se a atividade pode ser realizada de maneira segura? Muitas destas dúvidas têm sido levantadas no setor de saúde e segurança. Diante delas, quais seriam as opções corretas?
A NBR 11.370 aborda a fabricação de cinturão de segurança e talabartes e especifica um ensaio dinâmico com um manequim de 100 quilos, mas não se trata de uma norma sobre o uso do equipamento.
"As pessoas veem a norma e, por se usar este manequim, têm a ideia de que ninguém com mais de 100 quilos de massa pode trabalhar em altura. É bom esclarecer que essa NBR não é uma norma de procedimentos de trabalho. E sim uma norma técnica que fundamenta a confecção de cinturões e talabartes de segurança com ensaios que servem como parâmetros para a sua aprovação. Em nenhum momento a norma menciona que não se deva usar ou que se deva usar", explica o coordenador da Comissão de Estudos de Cinturões de Segurança do CB 32 da ABNT e do Grupo Setorial de Trabalho em Altura da Animaseg, João Fábio Gioria.
Responsabilidade
A avaliação para que uma pessoa com mais de 100 quilos exerça o trabalho em altura depende de outros fatores. "Se essa pessoa possui destreza suficiente, mobilidade, ou seja, é uma pessoa ágil, não vejo problema para que ela trabalhe em altura. Claro que uma avaliação das condições do local de trabalho deverá ser realizada. Sobre os EPIs suportarem uma massa maior que 100 quilos, isso dependerá muito da altura onde esse trabalho for executado. A respeito dos cuidados, devem-se utilizar os equipamentos adequados, porém, se o trabalhador for executar esses trabalhos deverá haver um responsável para dar essa autorização", acredita o Chefe do Serviço de Equipamento de Segurança da Fundacentro, Vladimir Vieira. "O EPI deve aguentar pelo menos 1.500 quilos de tração em suas fitas costuradas, mesmo sabendo que o ser humano suporta em média 1.200 quilos de impacto distribuído pelo corpo", completa Marcello Vazzoler, diretor da Vertical Pró.
Para a consultora técnica da Serelepe, Jussara Nery, cada fabricante deve garantir que seus equipamentos suportem uma carga maior que 100 quilos, utilizando matéria-prima de qualidade e produzindo dentro dos padrões de segurança. Além disso, a segurança do trabalhador envolve todo o conjunto de equipamentos, o que abrange, por exemplo, pontos de ancoragem e estrutura para suportar o impacto da queda, a corda, os conectores.
"É fundamental ter treinamento das técnicas seguras de trabalho em altura e conhecimento sobre os riscos. Além disso, deve haver um suporte de engenharia para avaliação dos pontos de ancoragem e estrutura na qual o trabalhador está apoiado. Não adianta um EPI seguro se os pontos de ancoragem não são avaliados para suportar as cargas resultantes de um impacto de queda ou se a estrutura não está bem conservada", avalia Jussara. Ela ainda ressalta a importância das técnicas e equipamentos para minimizarem o impacto como é o caso dos absorvedores de energia.
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