sexta-feira, 23 de abril de 2010


Universidade testa ergonomia com jogos de videogame


Data: 23/04/2010 / Fonte: Galileu

Foto: Divulgação


Diretores da empresa querem construir uma unidade industrial. Eles não estão certos quanto à localização do terreno; se ele é grande o bastante e se garante a segurança de seus funcionários. O que fazer? Jogar uma partida de videogame.

O recém-inaugurado Laboratório de Ergonomia, Simulação e Projetos de Situações Produtivas da UFSCar - Universidade Federal de São Carlos - é o primeiro do Brasil a simular situações reais com softwares criados para jogos eletrônicos. Nele, administradores podem antecipar a nova unidade industrial em cenários diferentes (terrenos de tamanhos, localizações e características geológicas) antes de abrir a nova empresa. Com a ajuda de softwares como o Ramsis (da Human Solutions) e o Jack (da Siemens), é possível prever se determinadas estruturas vão gerar desconforto e dores nos funcionários.

"Se estamos desenvolvendo o layout de um novo prédio administrativo, por exemplo, podemos discutir a localização das salas, áreas de apoio e áreas auxiliares (banheiros, copa, pool de impressão, etc.). Em um segundo momento, é possível observar a localização exata de cada posto de trabalho e entender as proximidades entre postos, equipamentos (por exemplo, impressoras) e outros dispositivos", explica Daniel Braatz, pesquisador do laboratório e professor de engenharia de produção da UFSCar. "A tecnologia de games permite que se coloque um modelo digital humano para interagir com essa plataforma e ter uma melhor percepção se o projeto atende às necessidades dos operadores daquele local".

Apesar de remeter à ideia de jogos como Sim City ou The Sims, a plataforma usada pelo laboratório é a CryEngine, a mesma do game Crysis. E não, eles ainda não chegaram na era do Projeto Natal: os games, aqui, são todos jogados com joystick.

Trocar plantas chatas e Feng Shui por jogos de videogame pode ser muito atrativo, mas Braatz alerta: os games não vão resolver sozinhos os projetos empresariais. "Essa tecnologia é apenas uma ferramenta que auxilia no processo de projeto e nunca substituirá a necessidade de projetistas capacitados".

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