sábado, 10 de outubro de 2009


Carga e descarga

Os elétricos vêm aí. Mas o que fazer com as baterias?


Instalação de bateria no Volt: sem parar no lixo



Substituir os combustíveis fósseis por eletricidade tornou-se um caminho obrigatório para as montadoras. Isso faz surgir outra tarefa tão importante quanto reduzir as emissões dos carros: o descarte adequado das baterias elétricas. Da mesma forma que os fabricantes de pilhas e celulares, as montadoras terão de lidar cada vez mais com a destinação dos componentes à medida que esse segmento crescer. Estudos como o da empresa Pike Re­search estimam que, em 2015, serão vendidos 1 milhão de híbridos só nos Estados Unidos e na China.

Quem já produz híbridos, como Toyota e GM, tem parcerias com seus fornecedores de baterias ou indicações de empresas que reciclam essas peças (leia abaixo). Com a chegada de modelos como o elétrico Nissan Leaf, cujas baterias de íon de lítio poderão ser trocadas nas concessionárias, mais empresas devem atuar na destinação dessas peças, avalia Karina Morley, vice-presidente da Ricardo, fornecedora inglesa de tecnologia para a indústria automobilística. "Baterias de veículos híbridos e elétricos não são prejudiciais ao ambiente, já que são descartadas de maneira responsável e reusadas em outros setores", afirma.

A evolução das baterias para uso automotivo leva em conta não só a capacidade de armazenamento de energia, para aumentar a autonomia e sua vida útil, mas a toxicidade dos materiais, como ocorreu com pilhas e baterias de eletrônicos. Daí a substituição do chumbo-ácido pelo níquel-cádmio, chegando ao níquel-hidreto metálico e ao íon de lítio. "Sob um processo de reciclagem controlado, o impacto de milhões de baterias de lítio de carros elétricos não deverá ser um problema", diz Michael Höckel, professor de sistemas de energia da Universidade de Berna (Suíça).

COZIDO ENERGÉTICO


Só na Europa, a Toyota tem parceria com seis empresas para descarte das baterias elétricas. A GM americana mantém uma lista de recicladoras para as revendas encaminharem a peça. Com os planos de fabricar as baterias do Chevrolet Volt, deverá adotar um esquema maior. No caso do Prius, a reciclagem começa no compartimento da bateria, aproveitado por fábricas de aço.

As baterias propriamente ditas são aquecidas a 800 ºC em um contêiner fechado a vácuo. O calor separa o material orgânico dos metais, que formam um concentrado de níquel usado para produzir novas baterias. Outros resíduos metálicos vão para o pré-aquecimento de fornalhas ou para a produção de concreto. De cada tonelada de bateria elétrica, 740 kg são metais reaproveitáveis.

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