quarta-feira, 29 de setembro de 2010


Especialista dá dicas sobre postura no trabalho

Data: 29/09/2010 / Fonte: Administradores


Quando você sai do trabalho fica com as costas doloridas ou com algum incomodo na região do ombro? Caso sua resposta seja sim, cuidado, sua postura possivelmente está inadequada na hora de sentar. Profissionais que trabalham muito tempo em frente ao computador devem ter atenção redobrada.

De acordo com Ângela Lepesqueur, fisioterapeuta especialista em coluna e diretora do Instituto de Tratamento da Coluna Vertebral em Brasília, determinadas posições podem comprometer a coluna cervical do ser humano. Por isso, tomar alguns cuidados com a postura são fundamentais para evitar problemas sérios na coluna e garantir uma saúde perfeita no dia a dia do trabalho ou no horário do estudo.

Segunda a fisioterapeuta, inicialmente deve-se ter atenção com os móveis que são são utilizados. "A cadeira deve ter uma altura adequada, para que os pés fiquem bem apoiados no solo. O encosto deve ser confortável e se adequar bem às costas. Além disso, a pessoa deve manter o objeto central da atividade na altura dos olhos". Para quem escreve, há a necessidade de um apoio, para manter o grau de inclinação adequado. Exageros também devem ser evitados. "As pessoas não devem manter a mesma postura por mais do que 40 minutos. O ideal é que ela faça pequenas pausas, se levante, tome uma água e volte aos estudos", indica Ângela.

O ambiente de estudo ou do trabalho deve também ser bem iluminado, afirma Ângela Lepesqueur. Assim, além de prevenir danos à visão, ainda evita que a pessoa fique em uma posição desconfortável para a leitura. "O ideal é que se tenha à disposição uma mesa de apoio, que não pode ser muito alta, pois os braços vão permanecer longos períodos elevados, ou muito baixa, porque a coluna terá que se curvar para alcançá-la", aponta a fisioterapeuta.

domingo, 12 de setembro de 2010


PL propõe aposentadoria em caso de doença ocupacional

Data: 10/09/2010 / Fonte: Agência Senado

Ilustração: Beto Soares/Revista Proteção



Doenças ou lesões causadas pelo serviço podem permitir a aposentadoria por invalidez aos segurados da Previdência Social. É o que propõe projeto do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) protocolado na Mesa do Senado no dia 8 de setembro. O projeto deverá ser numerado, lido em sessão do Plenário e encaminhado para apreciação das comissões temáticas.

A proposição estabelece aposentadoria por invalidez para os casos de doenças causadas por sobrecarga na coluna vertebral ou doença renal hipertensiva adquirida pelos trabalhadores em transporte rodoviário de passageiros ou de cargas. Propõe também a aposentadoria aos empregados que sofrerem lesões causadas por esforço repetitivo e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (LER/Dort), responsáveis por mais de 65% dos casos reconhecidos de incapacitação.

Os casos de LER/Dort são transtornos que acometem a coluna cervical, vasos, ossos, nervos, tendões e articulações, principalmente os membros superiores. No caso dos motoristas, por exemplo, o uso continuado de certos grupos musculares provoca lesões que os impede de continuar exercendo a profissão. Arthur Virgílio registrou que a falta de uma legislação dispondo sobre a aposentadoria por invalidez faz com que o INSS considere essas doenças reversíveis e apenas proporcione o auxílio-doença

Rod. dos Bandeirantes é refeita com asfalto ecológico

A concessionária responsável pelas obras apresentou hoje, dia 10 de setembro, o primeiro trecho da Rodovia dos Bandeirantes que foi reconstruído com pavimento reciclado e asfalto-borracha. Até 2011, a empresa pretende recuperar, de forma ecológica, 600 km da rodovia


Mônica Nunes/Débora Spitzcovsky
Planeta Sustentável - 10/09/2010

Em 2010, a Rodovia dos Bandeirantes foi eleita a melhor do país, pela quinta vez consecutiva, pelo Guia Quatro Rodas, da Editora Abril, e, hoje, dia 10 de setembro, a Rodovia ganhou mais um título para comemorar: o de uma das mais ecológicas do Brasil.

Isso porque a concessionária CCR Autoban, que administra o sistema paulista Anhanguera-Bandeirantes desde 1998, inaugurou hoje o primeiro trecho da rodovia recuperado de forma ecológica: uma das camadas estruturais da pista foi reconstruída com pavimento reciclado e o revestimento da superfície foi feito com asfalto-borracha, produzido a partir de pneus velhos.

Parte do processo de reciclagem do pavimento usado para reconstruir o trecho – localizado entre os km 85 e 78, da pista sentido capital – ainda foi feito no próprio canteiro de obras da rodovia, em uma “usina móvel”, diminuindo as emissões por transporte. O asfalto velho foi retirado da pista, triturado e enriquecido com cimento e pó de pedra no próprio local e ,depois, reaplicado.

De acordo com a CCR Autoban, a operação reciclou 450 mil pneus – que levam cerca de 600 anos para se decompor – e o equivalente a 36 piscinas olímpicas cheias de asfalto velho, reduzindo a quantidade de resíduos produzidos nas obras de recuperação da Rodovia. Ainda segundo a concessionária, o novo asfalto não traz, apenas, benefícios ambientais para a cidade: o pavimento ecológico gera menos ruídos e maior aderência dos pneus, além de ser mais durável, o que proporciona mais segurança e conforto aos motoristas que transitam pela rodovia.

Até 2011, a CCR Autoban pretende recuperar, de forma ecológica, 600 km de pistas da Rodovia dos Bandeirantes, a partir do investimento de R$ 82 milhões.


Os novos suspeitos do aquecimento global

A Terra está ficando mais quente. E isso é culpa da poluição gerada pelo homem. Fato. Mas novos estudos revelam que o problema também vem de onde menos se espera: o mar, as nuvens e até as plantas podem estar contribuindo para piorar os efeitos do CO2


Salvador Nogueira e Bruno Garattoni
Revista Superinteressante – 09/2010




Em novembro de 2009, hackers invadiram um computador da Universidade de East Anglia, que fica no Reino Unido e é um dos principais centros da pesquisa sobre o aquecimento global. De lá saem vários dos números que a ONU utiliza em seus estudos - em que os governos de todo o mundo se baseiam para tomar decisões sobre o assunto. Os hackers roubaram 1 000 e-mails e 2 mil documentos, em que os cientistas debatem questões técnicas - inclusive uma série de mensagens em que discutem um "truque" para "esconder um declínio" (palavras deles) na quantidade de CO2 presente na atmosfera em épocas passadas. O episódio, apelidado pela imprensa de Climagate (uma referência a Watergate, escândalo que derrubou o presidente americano Richard Nixon nos anos 70), gerou uma polêmica mundial. Quem não acredita no aquecimento global, ou acha que ele não é obra da humanidade, encarou os tais e-mails como suposta prova disso. E os cientistas foram acusados de manipulação de dados. Montaram-se vários comitês independentes para investigar o caso, que chegaram a uma conclusão unânime. Os números do aquecimento global estavam certos, e o tal truque era apenas um procedimento matemático. Os pesquisadores tinham descartado alguns poucos números de medição de temperatura - que estavam muito diferentes dos demais, e por isso provavelmente errados. É uma técnica estatística válida e aceita pela ciência.

Mas essa novela abriu uma nova discussão: existe muita coisa que ainda não entendemos sobre o aquecimento global. O básico, todo mundo sabe. O homem queima combustíveis fósseis e isso libera CO2, que se acumula na atmosfera e provoca o famoso efeito estufa, que impede que o calor se dissipe e deixa a Terra mais quente. Só que isso não conta toda a história. A emissão de CO2 desencadeia efeitos estranhos no planeta. E isso faz com que elementos aparentemente inofensivos se voltem contra a humanidade, piorando o aquecimento global.

A água, por exemplo. Água é vida. É difícil acreditar que ela possa ter algum efeito maléfico sobre alguma coisa, quanto mais piorar o aquecimento global. Mas é justamente isso que pode estar acontecendo. Vamos explicar. Pense na água em estado sólido: gelo. Localizado principalmente nos polos, ele ajuda a refrigerar o planeta. Não porque é frio, mas porque é branco. Sabe quando está muito sol e você usa uma roupa branca, porque essa cor reflete melhor os raios solares? Com o gelo, é a mesma coisa. Como ele é clarinho, reflete bem a radiação solar - faz com que o calor que chega à Terra seja rebatido de volta para o espaço. Com o aquecimento global, o gelo está derretendo, virando água e aumentando o nível dos oceanos. Só que o mar não reflete tão bem a radiação solar. Na verdade, ele absorve essa radiação, fica mais quente e sua água evapora. E é aí que o problema começa.

VEJA QUADRO: Levantou poeira

Quanto mais os oceanos esquentam, mais água evapora. Na forma de gás, a água tem muita capacidade de reter calor: é uma substância quase tão potente quanto o CO2 na produção do efeito estufa. Quanto mais vapor d’água, mais calor retido na atmosfera - o que, por sua vez, deixa os oceanos ainda mais quentes, realimentando o processo. Ninguém sabe exatamente o tamanho do problema, mas segundo estimativas feitas pelo climatologista Richard Linzen, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), a cada 1 grau de aquecimento global causado pela emissão de CO2, o vapor d’água poderia adicionar até 0,7 oC. Um estudo produzido pela equipe da cientista Susan Solomon, da Noaa (agência do governo dos EUA que estuda os oceanos e a atmosfera), demonstrou, com dados de satélites e de balões meteorológicos, que a quantidade de vapor d’água na estratosfera disparou nos anos 90 - e foi responsável por quase 30% do aquecimento global ocorrido nessa década. Em suma: a água na atmosfera potencializa o efeito do CO2 e piora o efeito estufa. Mas ela também é capaz de uma coisa que o CO2 não faz: formar nuvens. E as nuvens são brancas, ou seja, refletem os raios solares de volta para o espaço e aliviam o aquecimento da Terra. Ou não. "As nuvens na baixa atmosfera [cuja base está a até 2 quilômetros de altura do solo] têm esse efeito, mas nuvens na alta atmosfera [a mais de 6 quilômetros do solo] acirram o efeito estufa, rebatendo calor de volta para a Terra", explica o climatologista Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Aqui está mais um mistério para a ciência. Os cientistas suspeitam que a questão tenha a ver com a temperatura das nuvens. Quando elas estão no alto, são mais frias - e mais propensas a absorver e reter o calor do Sol, o que acabaria esquentando a atmosfera. A tese é aceita pela maioria dos especialistas, que só não entram em acordo quanto à intensidade do efeito. Números divulgados pelo IPCC (a agência da ONU que estuda o aquecimento global) apontam que as nuvens podem adicionar de 0,4 a 2,3 OC à temperatura do planeta. Se essa estimativa parece imprecisa, é porque é mesmo - vem de simulações de computador, que têm uma margem de erro considerável. Elas têm 300 quilômetros de precisão, ou seja, não conseguem calcular corretamente fenômenos que sejam menores do que isso - como as nuvens. "Esse é o principal problema das simulações", explica Nobre.

SOL, PLANTAS, PESSOAS E TRAPALHADAS

Há mais fatores que podem influenciar as mudanças climáticas. Até o mais básico deles - o Sol. Ele não trabalha de forma constante: segue ciclos que alternam fases de atividade mais e menos intensa. Isso muda a quantidade de radiação que chega à Terra - e, consequentemente, o clima. Ao longo do século 20, o Sol passou por períodos de alta atividade, o que provocou parte do aquecimento global (cerca de 0,1 dos 0,76 OC registrados ao longo desse período). Nos últimos 10 anos, nossa estrela-mãe entrou numa fase de calmaria. Mas (como você ficou sabendo na última edição da SUPER) a Nasa prevê que a radiação solar possa voltar a aumentar a partir de 2013.

Até as plantas podem piorar o aquecimento global. Foi isso o que constatou um estudo recente feito pelo cientista atmosférico Long Cao, da Universidade Stanford. Ele descobriu que o aumento da concentração de CO2 na atmosfera faz com que a fisiologia das plantas se modifique, com um efeito ruim sobre a temperatura. Ora, mas os vegetais sempre foram tidos como a grande salvação do planeta, porque tiram carbono da atmosfera por meio da fotossíntese. Como pode ser verdade uma coisa dessas? Acontece que, além de fazer a fotossíntese e absorver CO2 da atmosfera, as plantas também têm outro papel importante. Elas transpiram, e com isso retiram calor do próprio organismo, de quebra resfriando a superfície terrestre. O problema é que, quando o CO2 se torna excessivo, as plantas passam a transpirar menos - e esse ar-condicionado natural para de funcionar (veja no infográfico ao lado). Os cientistas de Stanford descobriram que a falta de transpiração nas plantas é responsável por 16% do aquecimento global que estamos vivendo hoje. Em algumas regiões do globo, como partes da América do Norte e da Ásia, o efeito é ainda mais forte: 25%. "Nós mostramos que o efeito fisiológico precisa ser levado em conta nas projeções climáticas", diz Cao.

VEJA QUADRO: Parte da solução - e do problema


E outro estudo colocou ainda mais lenha na fogueira - ou melhor, calor na atmosfera. Até o estresse das plantas pode acabar contribuindo para o aquecimento global. Pesquisadores da Universidade de Calgary, no Canadá, perceberam que, quando alguns tipos de plantação são expostos a secas ou temperaturas mais altas (fenômenos que podem ser provocados ou intensificados pelo aquecimento global), as plantas ficam estressadas e começam a liberar mais metano - um gás extremamente perigoso para o aquecimento global porque retém 23 vezes mais calor na atmosfera do que o CO2. Esse efeito foi comprovado em 7 tipos de plantação, entre elas o trigo - que é o vegetal mais cultivado do planeta. As plantas podem fazer mal. Já um determinado tipo de poluição, quem diria, pode fazer bem: os aerossóis. Eles são partículas suspensas na atmosfera e podem ter diversas origens, como queima de combustíveis, erupções vulcânicas e até poeira. E podem tanto aumentar quanto diminuir a temperatura da Terra. A queima de combustíveis fósseis (gasolina, por exemplo) gera partículas de carvão, que são pretas e por isso absorvem radiação solar - deixando a atmosfera mais quente. Já as erupções vulcânicas podem ter o efeito oposto. Quando um vulcão se torna ativo, joga grandes quantidades de dióxido de enxofre na alta atmosfera. É uma substância tóxica, mas que reflete a radiação solar; e ajuda, de forma passageira porém intensa, a esfriar o planeta. Por isso, alguns cientistas defendem a injeção de dióxido de enxofre na atmosfera como uma solução paliativa. Mas a maioria acha essa técnica muito perigosa. "Se for necessário interromper o processo por causa de algum efeito imprevisto, o aquecimento global que havia sido contido viria todo de uma vez. Seria uma catástrofe inimaginável", diz Nobre.

Com tantas variáveis novas, as dúvidas sobre o aquecimento global só tendem a aumentar. Os cientistas estão aperfeiçoando suas simulações, mas o número de elementos envolvidos passa a ser tão grande, com tantos fatores difíceis de medir, que continuaremos com a mesma margem de erro. "Desde os primeiros resultados do IPCC temos essa incerteza, que é de 2 graus a 2 graus e meio", afirma Carlos Nobre. "Nos próximos resultados, o grau de variação continuará sendo mais ou menos esse." O novo relatório do IPCC, que será escrito por 831 cientistas, deve ficar pronto entre 2013 e 2014. E esse processo, aliás, é uma fonte de incerteza à parte. Não é fácil coordenar as opiniões e conclusões de centenas de especialistas espalhados pelo mundo, o que transforma o IPCC numa fábrica de conflitos. Cientistas já renunciaram a seus cargos por discordar dos procedimentos do grupo, cujos relatórios já apresentaram pelo menos um erro crasso: dizer que as geleiras do Himalaia poderiam derreter e sumir já em 2035. A imprensa inglesa achou a afirmação exagerada, foi investigar e descobriu que a prova disso não vinha de estudos sérios. Era apenas a opinião pessoal de um cientista, que dera uma entrevista a respeito em 1999. O IPCC admitiu o erro, mas logo depois surgiu outro - um trecho do relatório se baseava na dissertação de um estudante de geografia.

Mesmo com esses deslizes embaraçosos, a palavra do grupo é séria e aceita pela comunidade científica. Só não é absoluta. Porque, mesmo se toda a ciência do clima fosse decifrada, continuaria a existir um elemento de dúvida: a própria humanidade. O mundo está mudando - e as pessoas e as nações estão cada vez mais cientes de seus papéis no aquecimento global. As tentativas de costurar acordos internacionais para reduzir as emissões de CO2 têm tropeçado (a conferência COP 15, realizada recentemente na Dinamarca, acabou em fracasso). Mas pode ser que no futuro, com o agravamento das mudanças climáticas, os poderes do mundo tomem providências. Porque, se ainda há muito o que não sabemos sobre o aquecimento global, de uma coisa sabemos bem. É preciso fazer alguma coisa para contê-lo, antes que seja tarde demais.

Para saber mais

Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC)